sexta-feira, 25 de julho de 2014

Tratamento oral para Esclerose Múltipla entra na lista do SUS

Enfim, a vitória! O Fingolimode acaba de ser incorporado à lista de medicamentos do SUS como a primeira medicação oral para o tratamento desta doença de jovens. No dia 01 de julho a Portaria 24, de 27 de junho de 2014, foi publicada no D.O.U. pelo Ministério da Saúde, após o relatório da CONITEC – Comissão Nacional de Incorporação de Novas Tecnologias no SUS, optou pela incorporação do Fingolimode para tratamento da Esclerose Múltipla pela rede pública de saúde. Foram anos de luta, campanhas que envolveram inclusive figuras públicas como, Falcão, ex-jogador do Internacional, o cantor Daniel e o Grupo Sambô, nosso parceiro de muitas lutas, até a incorporação de um tratamento oral que vem beneficiar os pacientes de Esclerose Múltipla. 
Até então, a principal linha terapêutica do sistema público de saúde era por meio da administração de injeções que tratavam a Esclerose Múltipla, mas traziam sérios efeitos colaterais. 
O tratamento oral aprovado já é utilizado em mais de 35 países e tem aprovação da ANVISA desde 2011. No entanto, até 2014 as pessoas diagnosticadas com a doença que optassem por essa linha terapêutica tinham dois caminhos: comprar o medicamento por conta própria ou entrar na Justiça para conseguir acesso a ele. As opções custosas e cansativas faziam muitos pacientes desistir. 
O medicamento possui amparo científico sobre sua eficiência. Além da comodidade na administração das doses, estudo publicado no New England Journal of Medicine demonstrou eficácia 52% superior na diminuição dos surtos provocados pela doença, em comparação com os medicamentos injetáveis. Além disso, pesquisas comprovam que o tratamento contínuo do Fingolimode pode levar a uma redução de até um terço na perda de volume cerebral em pacientes com Esclerose Múltipla. 
“É a vitória da persistência. Quem convive com a doença sabe o grau de sofrimento que sentimos ao receber o diagnóstico. Essa incorporação é um ganho na qualidade de vida de milhares de brasileiros”, avalia Marcia Denardin, que é portadora da doença e atual diretora de comunicação e porta-voz na APEMSMAR (Associação dos Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região). Ela já utiliza o tratamento, pois conseguiu na Justiça esse direito. “A partir de agora as pessoas não precisarão ir tão longe para ter acesso a essa opção de tratamento”, diz. 
A Esclerose Múltipla é uma doença neurológia, crônica e autoimune, de causas desconhecidas. Manifesta-se quando o organismo confunde células saudáveis do sistema nervoso central com intrusas, e as “ataca” provocando lesões cerebrais. Os sintomas mais comuns são visão dupla, rigidez, fraqueza, falta de equilíbrio, dormência, dor, problemas no controle da bexiga e intestinos, fadiga, entre outros.
O diagnóstico é basicamente clínico, podendo ser complementado por ressonância magnética. No Brasil, há 35 mil casos. No mundo, 2,5 milhões de pessoas possuem a doença. A Esclerose Múltipla atinge predominantemente mulheres jovens, entre 20 e 40 anos.

 Sobre a APEMSMAR:


 A Associação de Portadores de Esclerose Múltipla de Santa Maria e Região (APEMSMAR) é uma ONG que defende os direitos dos portadores de Esclerose Múltipla. A ONG, idealizada pelo também paciente José Antônio Luzardo há mais de quinze anos, promove diversas ações para pacientes e familiares, como encontros para a troca de ideias sobre o dia a dia da doença, atividades de reabilitação com fisioterapeuta, terapia ocupacional e assistência social. Mais informações sobre a Apemsmar podem ser obtidas no https://www.facebook.com/apemsmar.esclerosemultipla

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